Minha rainha Olhai por nós

Minha rainha Olhai por nós
Oxum sempre foi mulher vaidosa, bela e elegante ofuscava a todos com seu brilho vistoso. Uma coisa, porém fazia-lhe falta, queria muito saber sobre os mistérios de Ifá. Tinha sede do conhecimento dos oráculos, precisava conhecer o passado, presente e futuro, somente assim se sentiria realizada. Pensou bastante a respeito e resolveu procurar Exu, usou toda sua doçura e encanto para que ele lhe ensinasse os segredos. Exu sentiu-se atraído pela bela mulher, mas não era de entregar nada gratuitamente e lhe propôs um trato. Se ela ficasse junto dele por sete anos fazendo todos os serviços de sua casa, entregaria os mistérios que ela tanto desejava. Oxum aceitou e durante todo o tempo do trato, lavou, passou e cozinhou para Exu. No final do período tratado, Exu cumpriu o que havia prometido e liberou-a. A moça, entretanto havia se apaixonado e mesmo com os segredos em mãos preferiu continuar morando com ele. Assim viveram por muito tempo em perfeita harmonia. Um dia Oxum estava à beira de um rio cantando com maviosa voz enquanto penteava os cabelos. Xangô, que por ali passava, escondeu-se para ver de onde vinha tão maravilhosa melodia. Ao deparar-se com a beleza encantadora da bela mulher enamorou-se perdidamente. Impetuoso como sempre, foi até ela e declarou-se. Ela, porém, explicando sua condição de casada e feliz, recusou o amor que o homem dizia sentir. Tomado de fúria, não admitia ser contrariado, agarrou a mulher e levou-a para seu reino onde a trancafiou no alto de uma torre de onde somente sairia para unir-se a ele. Dias e noites sem fim se passaram e Oxum em sua masmorra apenas chorava em desespero. Enquanto isso, Exu vasculhava por todos os cantos do mundo a procura da mulher que aprendera a amar e respeitar.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Testamento do pai milton do lodê


Meu Testamento

Deixo por meio deste instrumento virtual os meus últimos desejos e disposições... Deixo aos meus filhos e filhas a doçura e o consolo dos Orixás, o amparo que nos Dão nas piores horas, e o peso de ser o melhor pra Eles a cada dia. Deixo as noites acordado na beira da mesa do Ifá, vendo desfilarem vida e morte diante dos olhos, deixo o telefone tocando de madrugada, as noites insones no quarto-de-santo. Deixo a alegria de ver nascer um Orixá e a tristeza de ver o pouco caso do filho. Deixo a tristeza das ingratidões e o mal-estar de ter que repreender a quem se ama. Deixo a agonia de ver os passos errados e não poder evita-los. Deixo a solidão quando tudo vai bem e te esquecem e a solidão quando tudo da errado e te abandonam. Deixo os axés de misericórdia arriados sem saberem e os axés de maledicência tornadas públicas. Deixo as dívidas da fé, e a fé duvidosa de quem te procura... Deixo as manhãs cinzas e as noites escuras...deixo o peso de não ter direitos e somente deveres... E meus filhos, quando se apossarem desse meu legado,talvez entenderam o que é ser pai de santo

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